A paralisação de pilotos e comissários pode afetar diversos voos em aeroportos por todo o país, nesse final de ano…
Nesta segunda-feira (19), os aeroportos de Congonhas e Guarulhos em São Paulo, e aeroportos do Rio de Janeiro, Brasília e outras localidades pelo país registraram atrasos nos voos em decorrência da greve.
Os pilotos e comissários fizeram uma paralisação entre as 06h e 08h reivindicando melhores condições de trabalho e aumento salarial. Novas paralisações podem ocorrer, caso não haja um acordo com as companhias aéreas. Saiba mais, logo abaixo…
Por que os pilotos e comissários estão em greve?
Os pilotos e comissários entraram em greve para buscar melhorias nas condições de trabalho e aumento dos salários. A principal reivindicação da categoria é a recomposição inflacionária dos salários e aumento real de 5%.
Os aeronautas* pedem também a definição de horários de folgas, proibição de alteração das escalas e cumprimento da regra de tempo mínimo em solo entre voos.
*Aeronautas são todos os profissionais que exercem atividade no interior de uma aeronave, como o comandante (piloto), co-piloto, comissário de bordo, mecânico de voo, navegador e radioperador de voo.
Quais aeroportos serão afetados pela greve dos pilotos e comissários?
Inicialmente, a greve está prevista para ocorrer nos aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza.
Nesta segunda (19), já ocorreu uma paralisação entre as 06h e 08h, que acabou gerando atrasos em diversos voos. Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Henrique Hacklaender, as paralisações vão continuar pelos próximos dias.
O Tribunal Superior do Trabalho determinou que deve ser garantido o mínimo de 90% de pilotos e comissários em serviço durante a greve, mesmo assim diversos voos estão atrasados.
O que fazer em caso de voo atrasado ou cancelado por causa da greve?
O Procon-SP afirma que em caso de atraso, adiamento ou cancelamento do voo, o passageiro tem direito a:
- Informação prévia sobre o cancelamento do voo nos canais de atendimento das companhias aéreas;
- Viajar com prioridade no próximo voo da companhia aérea com o mesmo destino;
- Ser direcionado para outra companhia (sem custo);
- Receber de volta os valores pagos pela passagem aérea ou hospedar-se em hotel por conta da empresa. Caso o consumidor esteja na cidade do seu domicílio, a empresa pode oferecer apenas o transporte para a sua residência e desta para o aeroporto;
- Ressarcimento ou abatimento proporcional, caso ocorra algum dano material por conta do atraso, como por exemplo a perda de diárias, passeios e conexões;
- Pleitear reparação judicial, caso o consumidor entenda que o atraso lhe causou algum dano moral.
*Importante: O passageiro deve guardar o comprovante de eventuais gastos que teve em decorrência de atrasos e/ou cancelamentos do seu voo.
Como andam as negociações entre os aeronautas e as companhias aéreas?
No domingo (18), os aeronautas rejeitaram a proposta para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho 2022/2023.
Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas, a categoria pede às empresas aéreas a recomposição salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e ganho real (acima da inflação) de 5%. Nas cláusulas sociais, pedem a manutenção da convenção coletiva da categoria e a definição de horários de veto para alterações em folgas.
O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) justifica a ausência de aumentos, dizendo que o preço das passagens foi afetado pelos acontecimentos dos últimos anos, como a pandemia, conflitos na Europa, desvalorização do real e aumento do preço do petróleo.