Acredito que podemos responder a isso com uma única palavra: inquietação. O ser humano possui uma inquietação natural, que não deixa ele permanecer em uma mesma situação ou estado de espírito por muito tempo. Mas vamos explorar mais a fundo tudo isso…
Você já se perguntou por que o ser humano é tão inquieto/insatisfeito?
Será que ele não consegue nunca se acomodar em um só lugar ou uma situação específica, por muito tempo? Ou será que ele estaria sempre na busca eterna pelo inalcançável?
Para começarmos a entender o motivo dessa inquietação (ou insatisfação) do ser humano, temos que observar toda a sua jornada…
Por Que o Ser Humano Nunca Está Satisfeito?
Com apenas alguns meses na barriga da nossa mãe, já passamos a demonstrar toda a inquietação e ansiedade para sair daquele lugar, distribuindo chutes cada vez mais salientes.
Quando nascemos, enfim, nos debatemos e choramos exaustivamente, exceto quando estão nos alimentando, nos balançando no colo ou quando nos levam para andar de carro.
O que deixa bem evidente, a mim pelo menos, que todo o choro e inquietação nas outras circunstâncias é um singelo protesto pela falta de movimento.
O começo da insatisfação do ser humano
Com alguns meses de idade, começamos a sentir uma necessidade de nos movimentar mais. De repente, só os passeios de carro – eventuais e dependentes dos outros, não são o bastante para nós…
A inquietação começa a agir de tal forma dentro de nós, ainda bebês, que nos faz desejar o chão a todo o tempo, e nos leva a desbravar novos e desconhecidos territórios, engatinhando sem rumo nem direção.
E assim seguimos por um certo período, engatinhando e descobrindo todas as novidades que vemos pela frente. Até que chega o momento em que queremos mais. De repente, só engatinhar não nos faz mais felizes…
“Um pequeno passo para o homem”
É nesse momento que descobrimos a caminhada. Parafraseando Neil Armstrong, esse “pequeno passo para o homem” representa um avanço gigante em nossas vidas.
Os caminhos que antes sofríamos pra percorrer, ralando os joelhos na hora de engatinhar, agora podíamos fazer de forma bem mais prática, com pequenas passadas e muita força de vontade.
Seguimos felizes em nossa caminhada exploratória, por diversos meses, até que um dia algo nos diz que podemos ir mais longe. De repente, só a caminhada não é o bastante para nós…
“Corre Forrest, corre!”
Levados por uma força misteriosa, e uma vontade igualmente inexplicável, um dia começamos a correr – e não paramos mais!
Se antes a gente demorava pra ir da sala até a cozinha, agora corríamos rapidamente em busca de algo delicioso que nos pudessem oferecer, para saciar a fome.
E, por algum motivo, parece que conforme os anos passam mais a gente vai ficando com pressa e precisa correr cada vez mais. Tanto que um dia, de repente, apenas a corrida já não é suficiente para nós…
A primeira “máquina corredora” (bicicleta, para os íntimos)
Chega o momento que precisamos de algo mais. De mais velocidade e mais rapidez para chegar ao nosso destino – seja lá qual for o motivo pra isso (qual a razão de tanta pressa?).
Se você, assim como eu, nasceu depois de 1920 – o que acredito ser o caso, há grandes chances de ter tido uma bicicleta quando era criança. Esse foi o ano em que começaram a ser fabricadas as bicicletas infantis.
Depois de alguns tombos aprendemos a andar, e logo estamos percorrendo distâncias bem maiores do que quando apenas corríamos. Agora exploramos um vasto território, com novos caminhos e novas oportunidades.
E assim continuamos, por vários anos, até que a bicicleta já não nos completa. Outra vez, é chegada a hora em que queremos mais. De repente, ter que pedalar para chegar a algum lugar não faz mais sentido…
Chega de pedalar!
É nessa hora que desejamos mais que tudo uma motocicleta, para passear pela cidade e pelos arredores sem ter que gastar nossas energias pedalando (gastando apenas combustível, mas não vamos nos aborrecer agora).
Em cima da moto, descobrimos que somos finalmente livres para ir onde quisermos, e ainda podemos levar um(a) amigo(a) ou namorado(a) na garupa.
Bom, isso se o tempo colaborar. Porque, se começar a chover sem parar, aí ficamos presos onde quer que estejamos. E, com isso, nos damos conta de que precisamos de algo mais. De repente, apenas a moto já não é suficiente para nós…
Do Ford T ao Tesla
Quando a fabricação e a venda de automóveis se tornou popular, graças ao modelo Ford T – idealizado por Henry Ford, nós descobrimos que é possível ir mais longe e com mais gente, faça chuva ou faça sol.
Agora, podíamos viajar distâncias enormes de carro, levando conosco vários de nossos familiares ou amigos, e não tínhamos que nos preocupar mais com chuvas inesperadas.
Finalmente, podíamos sair sem destino para satisfazer nossas necessidades exploratórias, conhecendo outras cidades, outros estados e até outros países. Mas, adivinha só? De repente, apenas viajar de carro já não era o bastante para nós…
No ar, na terra e no mar
Algo dentro de nós dizia que apenas explorar o mundo por terra não era suficiente. Nós precisávamos navegar pelos oceanos e voar por cima deles, para descobrir novos continentes e novas culturas.
Com isso, embarcamos em navios e aviões rumo a uma jornada incrível de descobertas e muito aprendizado. Levamos na bagagem apenas roupas, mas voltamos com muitas histórias para contar.
Finalmente, parecia que o ser humano havia se aquietado. Depois de conseguirmos chegar a todos os continentes da Terra, podíamos nos dar por satisfeitos. Afinal, já tínhamos conhecido cada canto do planeta, não é mesmo?
Mas, outra vez, uma voz misteriosa ecoava fundo em nosso interior, dizendo que precisávamos de mais. De repente, apenas o Planeta Terra já não era o bastante para nós…
“Space Oddity”
E assim começamos a nossa aventura rumo ao espaço, com a viagem para a Lua, em julho de 1969, o que deixou o mundo todo em êxtase.
Em seguida, mudamos o foco para Marte, enviando sondas e robôs espaciais na busca por um planeta habitável e plenamente capaz de nos acolher, em caso de necessidade.
E, mais recentemente, iniciamos a corrida espacial dos bilionários, com Elon Musk (Tesla), Jeff Bezos (Amazon) e Richard Branson (Virgin) disputando a exploração comercial do espaço.
O ser humano nunca vai estar satisfeito!
Uma vez implantado um modelo de viagem comercial ao espaço bem-sucedido, será que nós, os humanos, ficaremos enfim satisfeitos e iremos nos aquietar de uma vez por todas?
Acredito que a resposta para essa pergunta seja: não, nunca vamos estar satisfeitos! É só uma questão de tempo e de melhoria da tecnologia, para que a gente comece a explorar cada vez mais o espaço, descobrindo novas galáxias, novos planetas etc.
Definitivamente, o ser humano não nasceu para ficar parado. Ele é inquieto, curioso e explorador por natureza. E isso permitiu toda a evolução que tivemos nas diversas áreas, como ciência, tecnologia, medicina etc.
Por isso, o que realmente devemos nos perguntar é: o ser humano deveria estar satisfeito?
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